Prezada leitora e caro leitor, desta vez explico como
e de onde veio minha inspiração para escrever minha segunda obra: “O
Protegido...”; vamos lá:
"O PROTEGIDO..."
Editora: Clube de Autores
2ª Edição:
2012
ISBN: 978-85-912892-8-8
Nº
de páginas: 466
De onde veio
minha inspiração:
Nesta minha segunda incursão na
arte da literatura, resolvi continuar escrevendo a história do mesmo menino do
“A Turma do Barreio”, já que me eram fortes as lembranças do passado por ter
ficado atônito, admirado e até
inconformado com as atitudes daquele garoto. Não era pra mim, na época, normal
compreender e aceitar o que ele fez.
Como podia um garoto acostumado e
afeito a “encrencas”, briguento que só ele, desobediente, sem dar a mínima
importância aos seus pais, aprontando de tudo e por todo lado junto com seus
amigos, e que não respeitava ninguém, mudar de uma hora pra outra? Eu não podia
compreender de jeito nenhum, não entrava na minha cabeça de que ele havia
resolvido ingressar no Seminário. Era irônico e ao mesmo tempo hilário, ainda
mais por ser de sua espontânea vontade e desejo, – só podia ser brincadeira,
não podia ser outra coisa.
Justo aquele garoto queria ser
padre? O que estava acontecendo afinal? Tinha ficado louco ou o quê? Ou será
que havia sido motivado por outra coisa? É!... Essa era uma pergunta, que já na
época eu me fazia. Talvez fosse uma fuga, uma forma de se livrar dos
desencantos. Mas enfim, ele acabou ingressando no Seminário.
Não demorou muito, minha impressão
de que ele agiu usando tudo como fuga foi ratificada; meses depois, fiquei
sabendo que ele havia deixado o Seminário, – fugiu sem mais, e o pior e mais
ousado: ele não voltou pra sua casa, abandonou a família e foi viver sozinho,
sei lá onde? Ninguém sabia, simplesmente desapareceu!
Passado alguns meses, através de
amigos meus, fiquei sabendo que ele vivia em um “cortiço” na Barra Funda – pra
quem não conhece, trata-se de um bairro da capital paulista; alguém, não se
sabia quem, lhe deu guarida e proteção e, por lá, ele levava a vida, não dando
nunca mais “as caras” onde morou e muito menos à sua família.
Os anos foram passando e, de tempos
em tempos, eu ouvia comentários sobre a vida que levava aquele menino, que já
não era mais um menino, era na época, assim como eu, um rapaz. Diziam que continuava agindo e sendo ousado da
mesma forma de sempre, agora com andanças pela noite, envolvido com malandros
de todo naipe, todavia, com uma diferença: com a proteção e amparo que recebia,
mesmo sendo de pessoas humildes e pobres, ele retribuía se dedicando com afinco
ao trabalho e aos estudos. Era de admirar saber isso! Além do que, de admirar
ainda mais, de causar perplexidade, admitir sua coragem, determinação e firmeza
de ter abandonado tudo e todos para enfrentar a vida sozinho.
Nunca mais o vi, entretanto, por
ter-me impressionado com sua ousadia e determinação, passei a imaginar, já na
época, que tipo de vida podia ele levar? Se quando menino era um “arteiro”, o
que então fazia ele?
E foi assim que nasceu esta
história e assim escrevi “O protegido...”.
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