Prezada
leitora e caro leitor, desta vez explano a vocês de onde veio minha inspiração
para escrever minha primeira obra que foi o livro “A
Turma do Barreiro”; vamos lá:
A
TURMA DO BARREIRO.
Editora:
Clube de Autores
2ª Edição:
2012
ISBN:
978-85-912892-7-1
Nº de páginas: 365
De onde veio
minha inspiração:
Na
minha infância, aí com meus nove dez anos, conheci um menino da mesma idade que
a minha; não tive amizade propriamente, – conheci de vista, aliás, todos os
garotos do bairro o conheciam, já que era alguém que causava admiração,
preocupação e até receio por suas atitudes ousadas e atrevidas, sendo, na maior
parte das vezes, agressivas.
Todos,
inclusive eu, evitavam ao máximo ter relacionamento com ele, pois ele era de
difícil trato, sempre destemido e pronto pra “encrencas”, muitas vezes sem o
menor motivo, – bastava olhá-lo um pouco mais que ele já tirava satisfação;
nervoso, agressivo e briguento que só ele, – brigar, pra ele, era como tomar
água. Brigava com qualquer um e por qualquer motivo sem pensar duas vezes.
Sempre junto dos seus inseparáveis amigos, perambulando pra baixo e pra cima, dando
impressão de ser um líder entre eles, “aprontava” de tudo, transformando sua
turma em uma turma perigosa, malfalada, temida e evitada por todos os garotos.
Seus
amigos eram meninos muito pobres, na sua maioria filhos bastardos que moravam com
suas mães em um “cortiço”; perambulando pelas ruas, não ligavam para
absolutamente nada e não respeitavam ninguém...
Na
época, era comum os moleques andarem em “batotas”, e essas eram normalmente
conhecidas e nomeadas pelos lugares em que viviam. E a turma desse menino tinha
costume, – como fossem os proprietários – de frequentar um enorme terreno
abandonado onde, no passado, uma fábrica de cerâmica tirava barro para seus
produtos, conhecido por todos como "Barreiro", daí o nome: "turma do Barreiro".
Nesse
local ermo e de muito mato, além do descampado onde tiravam seus “rachas”
jogando futebol entre eles, existiam muitas lagoas que foram formadas após a
extração do barro e entrar lá, para nessas lagoas nadar ou pescar, ninguém se
atrevia, pois era encrenca na certa.
Todavia,
não era só lá, – no Barreiro, que ele e sua turma faziam das “suas”; nas suas andanças,
fosse onde fosse, só arrumava e procurava encrenca. Além disso, de ser um
encrenqueiro, líder de moleques mais atrevidos que ele muitas vezes, o que
chamava atenção era o fato dele não respeitar nem aos seus pais e muito menos
aos seus parentes – gente de relativa posse; vivendo sempre pelas ruas pra cá e
pra lá como um abandonado, transparecia e dava a impressão de ser um revoltado.
As atitudes repreensivas e não condizentes com sua idade conotavam ser carência
motivada talvez por falta de afeto, atenção e cuidados... Mas enfim, o garoto
era realmente “levado da breca” – como se dizia.
Muitos
anos depois, já na minha idade adulta, com as lembranças do passado, fiz minha
primeira incursão na arte da literatura, me aventurando a escrever esse livro,
cujos personagens e fatos são muitos deles fictícios, entretanto, a maioria, a
exemplo do protagonista e seus amigos, são fatos reais que aconteceram e que me
ficaram gravados.
Um
tema em que procurei narrar dando ênfase não só às travessuras, diabruras e
estripulias do cotidiano desse menino e seus amigos, mas também conotar a
importância dos cuidados que uma criança deve ter e receber na sua infância,
evitando distorções e desvios na formação do seu caráter e da sua personalidade.
Foi
assim, inspirado na vida desse menino, que nasceu “A Turma do Barreiro”.
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