7 de novembro de 2012

O que inspirou "A Turma do Barreiro":

 
Prezada leitora e caro leitor, desta vez explano a vocês de onde veio minha inspiração para escrever minha primeira obra que foi o livro “A Turma do Barreiro”; vamos lá: 






A TURMA DO BARREIRO. 


Editora: Clube de Autores
2ª Edição: 2012
ISBN: 978-85-912892-7-1

Nº de páginas: 365











De onde veio minha inspiração:

Na minha infância, aí com meus nove dez anos, conheci um menino da mesma idade que a minha; não tive amizade propriamente, – conheci de vista, aliás, todos os garotos do bairro o conheciam, já que era alguém que causava admiração, preocupação e até receio por suas atitudes ousadas e atrevidas, sendo, na maior parte das vezes, agressivas.  
Todos, inclusive eu, evitavam ao máximo ter relacionamento com ele, pois ele era de difícil trato, sempre destemido e pronto pra “encrencas”, muitas vezes sem o menor motivo, – bastava olhá-lo um pouco mais que ele já tirava satisfação; nervoso, agressivo e briguento que só ele, – brigar, pra ele, era como tomar água. Brigava com qualquer um e por qualquer motivo sem pensar duas vezes. Sempre junto dos seus inseparáveis amigos, perambulando pra baixo e pra cima, dando impressão de ser um líder entre eles, “aprontava” de tudo, transformando sua turma em uma turma perigosa, malfalada, temida e evitada por todos os garotos.
Seus amigos eram meninos muito pobres, na sua maioria filhos bastardos que moravam com suas mães em um “cortiço”; perambulando pelas ruas, não ligavam para absolutamente nada e não respeitavam ninguém... 
Na época, era comum os moleques andarem em “batotas”, e essas eram normalmente conhecidas e nomeadas pelos lugares em que viviam. E a turma desse menino tinha costume, – como fossem os proprietários – de frequentar um enorme terreno abandonado onde, no passado, uma fábrica de cerâmica tirava barro para seus produtos, conhecido por todos como "Barreiro", daí o nome: "turma do Barreiro".
Nesse local ermo e de muito mato, além do descampado onde tiravam seus “rachas” jogando futebol entre eles, existiam muitas lagoas que foram formadas após a extração do barro e entrar lá, para nessas lagoas nadar ou pescar, ninguém se atrevia, pois era encrenca na certa.  
Todavia, não era só lá, – no Barreiro, que ele e sua turma faziam das “suas”; nas suas andanças, fosse onde fosse, só arrumava e procurava encrenca. Além disso, de ser um encrenqueiro, líder de moleques mais atrevidos que ele muitas vezes, o que chamava atenção era o fato dele não respeitar nem aos seus pais e muito menos aos seus parentes – gente de relativa posse; vivendo sempre pelas ruas pra cá e pra lá como um abandonado, transparecia e dava a impressão de ser um revoltado. As atitudes repreensivas e não condizentes com sua idade conotavam ser carência motivada talvez por falta de afeto, atenção e cuidados... Mas enfim, o garoto era realmente “levado da breca” – como se dizia.
Muitos anos depois, já na minha idade adulta, com as lembranças do passado, fiz minha primeira incursão na arte da literatura, me aventurando a escrever esse livro, cujos personagens e fatos são muitos deles fictícios, entretanto, a maioria, a exemplo do protagonista e seus amigos, são fatos reais que aconteceram e que me ficaram gravados.  
Um tema em que procurei narrar dando ênfase não só às travessuras, diabruras e estripulias do cotidiano desse menino e seus amigos, mas também conotar a importância dos cuidados que uma criança deve ter e receber na sua infância, evitando distorções e desvios na formação do seu caráter e da sua personalidade.
Foi assim, inspirado na vida desse menino, que nasceu “A Turma do Barreiro”.      

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