26 de junho de 2012

Crônica da obra:


Prezada leitora e caro leitor, hoje lhes apresento minha crônica sobre a leitura do livro “Coletânea de Contos da Autora Parceira do Vendedor de Ilusão, a criativa e talentosa escritora Rosa Mattos; vamos à apresentação da autora e da sua obra:




Rosa Mattos é natural de Torres–RS. Formada em Economia, reside atualmente em Porto Alegre-RS, onde trabalha numa empresa de engenharia. Publicou em 2011 pelo Clube de Autores seu primeiro livro "Coletânea de Contos”. Porém, é uma autora que escreve contos de há tempos; escreve desde os treze anos e divulga seus contos no blog Contos da Rosa











COLETÂNEA DE CONTOS



Editora: Clube de Autores

Edição: 1(2011)

Nº páginas: 193

Gênero: Contos




RELEASE: 

A obra é uma coletânea de contos escritos pela autora nos últimos anos que reúne contos de diferentes estilos, que vão do trivial ao surreal, passando pelo suspense e deparando-se vez ou outra com o terror, expondo abertamente, ou escondido soturnamente atrás de algumas linhas. Um livro onde o leitor irá encontrar narrativas de variados matizes e formas. A maioria dos textos são curtos como breves respingos, todos de fácil absorção, bem apropriados para uma leitura rápida, podendo ser lidos ao sabor do acaso, pois não se interligam entre si.

SUMÁRIO DA OBRA:

O livro começa com um conto intitulado: Aterrorizado, no qual a autora narra em terceira pessoa o cotidiano de William – o protagonista desse conto, que numa madrugada gelada, atravessa um terreno baldio que cortava caminho até sua casa; um lugar inóspito, – sombrio e atemorizante, com trilha por entre o mato, onde algum tempo atrás havia sido encontrado pela polícia um corpo em decomposição. Mas, nem mesmo isso, lhe impedia de caminhar a passos largos para estar junto de Ester sua querida e amada esposa, cuja saúde inspirava cuidados. Entretido, com o pensamento na esposa, de repente ouve um barulho, – um grito horripilante que lhe põe em sobressalto, assustando-se. Sem conseguir ver nada, a não serem as folhas balançando com a força do vento, sua única reação é a de correr desesperado.  
No entanto, sua tentativa foi frustrada. Na trilha bem à sua frente avista uma figura com dois olhos parecendo luzes vermelhas, sem nenhum corpo, apenas os olhos lhe espreitando como levitando sendo rodeado pela névoa da madrugada. Apavorado com a situação sinistra, embrenhou-se mato adentro vindo a se ferir seriamente, – arranhões com sangradura por todo corpo; fatigado de tanto correr, cai prostrado e perde os sentidos. O dia amanhece, e William desfalecido, é socorrido e amparado por um policial, ocasião que, mesmo sem aceitar, é alertado da sua insensatez: não havia necessidade de cortar caminho pela trilha e nem motivo para pressa, mas de tão apaixonado estava obsecado, para ele, sua querida Ester ainda continuava viva, – não havia falecido, e os olhos que vira não passava dos olhos de uma coruja.
Daqui em diante, os contos são cada vez mais intrigantes, sugestivos e inusitados. Um em particular chamou atenção: o da página 107, intitulado por: Você, aguentaria até o final? Que transcrevo na íntegra. 

A cortina se abre. O ator surge, posicionado no centro do palco, imóvel. Apenas ele. Roupa escura. Braços estendidos ao chão. Rosto abaixado, encoberto por um capuz. A plateia aguarda. A penumbra do cenário e a falta de movimentos, causam um certo desconforto. Dois minutos e nada acontece.
"Teria o ator sido acometido de algum bloqueio?" "Era pra ser assim mesmo?" - cada um se perguntava, sem entender nada.
O homem, enfim, dá alguns passos. Todos suspiram, aliviados. Avança. Aproxima-se mais. Joga o capuz para trás, olhando fixamente no rosto de um por um. Sua fisionomia altera-se. A testa se enruga e os lábios se contorcem. As mãos apertam com brutalidade a própria cabeça e os cabelos castanhos são desalinhados em agonia. Solta então um grito lancinante, culminando em um choro convulsivo. Ajoelha-se no chão. As lágrimas escorrem, perturbadoras. O teatro inteiro emudece, arrepiados e surpreendidos com tanto desespero e realismo.
O ator demonstra tamanha dor e tormento, que os espectadores se comovem e alguns começam a chorar. Estaria ele passando mal? Nunca tinham visto nada assim. Nenhuma fala proferida. Somente a expressão do mais aflitivo padecimento.

Aos poucos, o semblante do homem vai se deformando, à medida em que manifesta a mais terrível das dores. Estende a mão em busca de auxílio, na direção de cada pessoa da plateia. Seus gritos e lamentos afligem e exasperam o público, que se inquieta e abandona o teatro. Cada um sai, levando uma estranha e incompreensível sensação, de que não deveriam ter deixado aquele homem para trás.

MINHA OPINIÃO:


Trata-se de uma referência literária, tamanha é a magnitude e qualidade dessa obra, que, indubitavelmente, devo reconhecer e dar o devido mérito. Um livro que contém contos dos mais diversos, escritos com propriedade inigualável, discorridos com criatividade e originalidade soberbas, com muitos deles, apesar de assuntos comuns do dia-dia, levando à reflexão, e outros tantos inspiradíssimos que surpreendem pelos temas interessantes, sugestivos e atrativos. Algumas das narrativas são em linguagem rebuscada que me remeteram aos clássicos. Um livro escrito de forma impecável e irrepreensível; a despeito disso, com formatação que convida à leitura. Não deixem de ler o “Coletânea de Contos”, pois é, sem dúvida, um livro magnífico que vale à pena; um livro de cabeceira, para ser lido e relido. 

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Para maiores informações sobre a autora visitem o Contos da RosaPara comprar o livro, clique na capa do livro indo direto à página da autora no Clube de Autores.
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