Rosa
Mattos é natural de Torres–RS. Formada em
Economia, reside atualmente em Porto Alegre-RS, onde trabalha numa empresa
de engenharia. Publicou em 2011 pelo Clube de Autores seu primeiro livro
"Coletânea de Contos”. Porém, é uma autora que escreve contos de há tempos;
escreve desde os treze anos e divulga seus contos no blog Contos da Rosa.
COLETÂNEA DE CONTOS
Editora: Clube de Autores
Edição: 1(2011)
Nº páginas: 193
Gênero: Contos
RELEASE:
A obra é
uma coletânea de contos escritos pela autora nos últimos anos que reúne contos
de diferentes estilos, que vão do trivial ao surreal, passando pelo suspense e
deparando-se vez ou outra com o terror, expondo abertamente, ou escondido
soturnamente atrás de algumas linhas. Um livro onde o leitor irá encontrar
narrativas de variados matizes e formas. A maioria dos textos são curtos como
breves respingos, todos de fácil absorção, bem apropriados para uma leitura
rápida, podendo ser lidos ao sabor do acaso, pois não se interligam entre si.
SUMÁRIO DA OBRA:
O livro começa com um conto
intitulado: Aterrorizado, no qual a autora narra em terceira pessoa o cotidiano
de William – o protagonista desse conto, que numa madrugada gelada, atravessa
um terreno baldio que cortava caminho até sua casa; um lugar inóspito, –
sombrio e atemorizante, com trilha por entre o mato, onde algum tempo atrás
havia sido encontrado pela polícia um corpo em decomposição. Mas, nem mesmo
isso, lhe impedia de caminhar a passos largos para estar junto de Ester sua
querida e amada esposa, cuja saúde inspirava cuidados. Entretido, com o
pensamento na esposa, de repente ouve um barulho, – um grito horripilante que
lhe põe em sobressalto, assustando-se. Sem conseguir ver nada, a não serem as
folhas balançando com a força do vento, sua única reação é a de correr
desesperado.
No entanto, sua tentativa foi
frustrada. Na trilha bem à sua frente avista uma figura com dois olhos
parecendo luzes vermelhas, sem nenhum corpo, apenas os olhos lhe espreitando
como levitando sendo rodeado pela névoa da madrugada. Apavorado com a situação
sinistra, embrenhou-se mato adentro vindo a se ferir seriamente, – arranhões
com sangradura por todo corpo; fatigado de tanto correr, cai prostrado e perde
os sentidos. O dia amanhece, e William desfalecido, é socorrido e amparado por
um policial, ocasião que, mesmo sem aceitar, é alertado da sua insensatez: não
havia necessidade de cortar caminho pela trilha e nem motivo para pressa, mas
de tão apaixonado estava obsecado, para ele, sua querida Ester ainda continuava
viva, – não havia falecido, e os olhos que vira não passava dos olhos de uma
coruja.
Daqui em diante, os contos são cada
vez mais intrigantes, sugestivos e inusitados. Um em particular chamou atenção:
o da página 107, intitulado por: Você, aguentaria até o final? Que
transcrevo na íntegra.
A cortina se abre. O ator surge,
posicionado no centro do palco, imóvel. Apenas ele. Roupa escura. Braços
estendidos ao chão. Rosto abaixado, encoberto por um capuz. A plateia aguarda.
A penumbra do cenário e a falta de movimentos, causam um certo desconforto.
Dois minutos e nada acontece.
"Teria o ator sido acometido de
algum bloqueio?" "Era pra ser assim mesmo?" - cada um se
perguntava, sem entender nada.
O homem, enfim, dá alguns passos.
Todos suspiram, aliviados. Avança. Aproxima-se mais. Joga o capuz para trás,
olhando fixamente no rosto de um por um. Sua fisionomia altera-se. A testa se
enruga e os lábios se contorcem. As mãos apertam com brutalidade a própria
cabeça e os cabelos castanhos são desalinhados em agonia. Solta então um grito
lancinante, culminando em um choro convulsivo. Ajoelha-se no chão. As lágrimas
escorrem, perturbadoras. O teatro inteiro emudece, arrepiados e surpreendidos
com tanto desespero e realismo.
O ator demonstra tamanha dor e
tormento, que os espectadores se comovem e alguns começam a chorar. Estaria ele
passando mal? Nunca tinham visto nada assim. Nenhuma fala proferida. Somente a
expressão do mais aflitivo padecimento.
Aos poucos, o semblante do homem vai
se deformando, à medida em que manifesta a mais terrível das dores. Estende a
mão em busca de auxílio, na direção de cada pessoa da plateia. Seus gritos e
lamentos afligem e exasperam o público, que se inquieta e abandona o teatro.
Cada um sai, levando uma estranha e incompreensível sensação, de que não
deveriam ter deixado aquele homem para trás.
MINHA OPINIÃO:
Trata-se de
uma referência literária, tamanha é a magnitude e qualidade dessa obra, que,
indubitavelmente, devo reconhecer e dar o devido mérito. Um livro que contém
contos dos mais diversos, escritos com propriedade inigualável, discorridos com
criatividade e originalidade soberbas, com muitos deles, apesar de assuntos
comuns do dia-dia, levando à reflexão, e outros tantos inspiradíssimos que
surpreendem pelos temas interessantes, sugestivos e atrativos. Algumas das
narrativas são em linguagem rebuscada que me remeteram aos clássicos. Um livro
escrito de forma impecável e irrepreensível; a despeito disso, com formatação
que convida à leitura. Não deixem de ler o “Coletânea de Contos”, pois é, sem
dúvida, um livro magnífico que vale à pena; um livro de cabeceira, para ser
lido e relido.
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Para maiores informações sobre a autora visitem
o Contos da Rosa. Para comprar o livro, clique na capa do livro
indo direto à página da autora no Clube de Autores.
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