9 de setembro de 2012

Meus Contos:


 
Olá amigas e amigos, na expectativa de que apreciem e se entretenham, lá vai pra vocês mais um dos meus Contos:





Era uma vez uma linda jovem, de beleza e formosura estonteante, – de encantar, que atraía causando frenesi e pondo desejo em todos... Todavia, desencantada com relacionamentos mal correspondidos, sentia-se desiludida, desolada, já sem nenhuma esperança de encontrar o amor ou por ele ser descoberta, lhe trazendo felicidade, satisfação, prazer e alegria de viver...
Apesar dos olhares desejosos e nitidamente pretendentes a lhe cair como chuva, sentia-se como fosse uma pomba, dessas graciosas, de plumagem branca imaculada, que cativa encantando e agradando os olhos, induzindo à paz e ao benquerer, inspirando esperança e admiração, no entanto, uma pomba solitária, fadada a ser admirada, desejada, sem, entretanto, conhecer e saber o que era o amor...   
Mesmo sendo continuamente assediada e cortejada por muitos, ninguém lhe motivava ou inspirava buscar relacionamento, talvez por falta de coragem, receio, insegurança e muito medo de sofrer decepção levando, como outras tantas vezes, a lamento, magoando, com o coração sendo pisado pelo desencantamento e pela desilusão.
E assim foi levando a vida e evitando a todos...
Até que num belo dia, por fim, deu-se por deslumbrada, inebriada, levada a sonhos e fantasias, já sentindo, além do desejo de amar explodir no peito fazendo o coração arder em chamas, a romântica veleidade de cair arrebatada pela paixão.
Isso aconteceu quando, dentre os tantos, conheceu um rapaz que lhe atraiu dando encantamento, induzindo de que por ele fosse se enamorar. Um jovem garboso, elegante, inquestionavelmente bonito, extrovertido e agradável, de modos e postura comedida, enfim, um jovem irresistível que animava e entusiasmava manter um relacionamento. Com isso, sem nenhuma dúvida, esperançosa de que havia encontrado o seu tão sonhado príncipe encantado, aceitou namorá-lo.
No princípio, apesar de envolto pela nevoa da incerteza, tudo parecia ser maravilhoso, encantador, inebriante e promissor de um grande, romântico, apaixonante e arrebatador amor.
O tempo foi passando..., e lamentavelmente, a cada dia, a cada encontro, aos miúdos, o que era deslumbramento que embevecia, ia gradativamente sendo substituído, outra vez, pela decepção.
O rapaz não era nada daquilo que ela em princípio imaginara, – não era afetuoso, carinhoso e terno como mostrava ser, ao contrário, por vezes, chegava ser desagradável e inconveniente ao tratá-la na intimidade. Apesar de não tão jovem, agia como um boboca imaturo se arremetendo aos descuidos de criancices, sendo enfadonho, deixando de tratá-la como qualquer mulher quer e deseja avidamente ser tratada. Não bastasse, dava a clara impressão de que agia com ela de uma forma e na frente das pessoas de outra, – faltava-lhe personalidade.
Como amar alguém que, apesar de bonito, de aparência sedutora e irresistível, notadamente, na presença de outros, se vangloriava tendo prazer de exibir a beleza e a formosura dela? E com ela ser frio, inócuo, insosso e sem graça? Como podia desejar ser amada e amar alguém assim? Não podia mesmo!
Que infelicidade..., que frustração!... Que lástima!... Não era nada daquilo o que ela desejava; desejava, simplesmente, amar e ser amada, dar e receber carinho e afeto; entregar-se ardentemente aos delírios da paixão e ser levada a êxtase... 
Com esse sentimento provocando profunda frustração, ela não viu outra saída, se não dar-se por resignada e, mesmo em lamento, desejar ser como uma linda pomba; uma pomba solitária, porém livre e solta, deixando, outra vez, tudo por conta do destino...
Em resumo: preferiu ser só, até enquanto fosse, do que mal-acompanhada...
J.R.Viviani

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