Prezada leitora
e caro leitor, é com satisfação que lhes apresento outro Conto da minha
autoria.
Vamos ao:
Quando
jovem, aí com meus dezessete pra dezoito, conheci uma moça; quer dizer, não
conheci propriamente, conheci de vista. Aliás, no bairro em que eu morava, não
só eu, todos a conheciam, pois era uma moça muito bonita, bonita de fato, –
bela de atrair e despertar desejo em qualquer um.
Mas
ninguém, inclusive eu, tinha coragem de cortejá-la, pois ela passava a
impressão de ser “nariz empinado” – entojada, e além de tudo era filha de gente
abastada, - gente rica da alta sociedade que, pra começar, não morava numa
casa, morava num palacete em um bairro esnobe de alta classe, o que
desencorajava ainda mais, - deixava todos reticentes com receio até de falar
com a moça.
Uma
jovem encantadora; ainda com os seus dezessete era de beleza estonteante: moça
alta, esbelta, de formas graciosas e formosa, mãos e pés delicados, pele clara,
cabelos lisos, pretos e cortados curto pouco abaixo das orelhas; cintura fina
enaltecendo os largos quadris e destacando o busto de seios proeminentes e
proporcionais; pernas torneadas; rosto delicado, com grandes cílios ornando os
olhos amendoados castanho-claros; sobrancelhas delineadas e bem cuidadas; nariz
pequeno e bem conformado, face rosada, boca pequena de grossos e desenhados
lábios vermelhos que emolduravam os seus permanentes sorrisos.
Apesar
disso tudo, e de ser uma jovem charmosa, elegante, simpática, de expressão
cativante, ela nunca havia namorado, isso porque, – tempos depois me foi ratificado,
ela não dava confiança a ninguém, não por ser uma entojada, não era nada disso,
ela não dava confiança pela simples razão de, até então, nenhum rapaz ter lhe despertado
interesse; era alguém que se preservava conscientemente e que não saía de
“namorico” com esse ou com àquele simplesmente por namorar...
Até
que um dia, eu soube, ela caiu arrebatada se apaixonando à primeira vista por
um rapaz; todavia, lamentavelmente, pra ela, o rapaz era um “pobretão” – filho
de gente humilde que não tinha nem aonde cair morto; com esse fato, é lógico, o
coitado, apesar de ser um rapaz sério –de atitudes retas e comportamento
elogiável, dedicado ao trabalho, muito esforçado e cumpridor das suas
obrigações, não teve permissão dos pais dela para namorá-la; contudo, isso não
foi o suficiente para fazê-los resignarem-se e aceitarem a vontade dos pais
dela; atraídos um pelo outro, – enamorados com paixão latente, não desistiram e
mesmo correndo o risco dos pais descobrirem os dois namoravam às escondidas,
talvez na esperança das coisas se ajeitarem e os pais dela aceitarem, admitindo
a paixão que os dois tinham um pelo outro, – eu imaginava.
O
tempo passou, mudei do bairro, razão pela qual nunca mais a vi e nem tive
notícias, porém o caso dela marcou: deixou-me cheio de curiosidade em saber o desenrolar
e no que redundou aquele namoro insólito, fatídico e até certo ponto infeliz...
Pondo-me, por vezes, a me perguntar: será que uma família rica e sofisticada
como a dela, iria aceitar que ela se casasse com um jovem humilde como era ao
caso daquele rapaz? Eu julgava que não, seria praticamente impossível, pois não
seria uma coisa racional aceitar com facilidade, a diferença no status social
entre eles já era, de cara, um grande empecilho. Mas, acabou ficando assim: não
soube de mais nada...
Muito
tempo depois, num fim de tarde, eu estava sentado junto a uns amigos em uma
mesa externa de um bar, “batendo papo”, “jogando conversa fora”, enfim, procurando
desculpa pra tomar nossa “cervejinha”, quando, entretido, ouvindo um monte de
bobagem, entre um gole e outro, vi passar, na outra calçada da rua, uma moça
cuja figura e semelhança trouxe à lembrança aquela moça.
As
lembranças com a visão da moça, aguçaram a minha curiosidade sobre o destino
dela, com isso, perguntei a um dos amigos que lá comigo estava e que também havia
conhecido a moça, o que era feito dela, afinal?
Foi
quando soube da sua persistência e perseverança em transformar os seus anseios
e desejos em realidade; tanto ela como o rapaz passaram por maus-bocados ao namorarem
às escondidas por longo tempo, porém não desistiram um do outro, principalmente
ela que, a despeito da vontade dos seus pais, obedecendo cegamente a paixão,
insistiu até conseguir o propósito de casar-se com seu amado, deixando claro,
assim como acontece nas fábulas encantadas e nos contos de Fadas, que a
relutância e a desaprovação dos seus pais não foram suficientes para destruir
a força da paixão...
* * *
Espero que o
Conto lhes tenha agradado. Um abraço e tenham um excelente e proveitoso resto
de semana.
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30 comentários:
Desde sempre muita gente colocou dinheiro e status sociais, a frente do amor...Muita gente não viveu seu amor por isso, e os ousados que tentaram ao menos tem uma história para contar.
Um lindo dia =)
Que belíssimo texto!
parabéns.
Beijos e um bom fim de semana.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
¡Hola J-R!!!
Vaya que he enamorado de este cuento o historia que más me parece real, que ficción.
El amor cuando enraíza en el alma, es muy difícil de que alguien lo destruya. Y ese de los dos adolescente, debía estar muy bien enraizado.
Ha sido un inmenso placer pasar a leerte.
Te dejo mi gratitud y mi estima siempre.
Un abrazo y se muy muy feliz.
Ainda bem que a moça perseverou até à realização do seu sonho.
Não havia muitas assim no século passado.
Um abraço e bom fim de semana
Eu adorei esse conto Viviani e me faz lembrar uma história bem parecida entre meus familiares,só que o jovem era muito rico e ela de classe média,houve a rejeição dos familiares por parte da família dele,mas ele relutou,casaram-se e foram felizes durante 53 anos até o momento dele partir para outra morada.
bjs amigo.
Carmen Lúcia.
Oi amigo, vim lhe desejar uma excelente semana, abraços!!
Excelente Historia de un Amor que, como todos, no conoce de límites ni fronteras y que esta basado en una Pasión depositada en dos Corazones.
A pesar de la inconformidad de los padres de la chica y de la distinta clase social de ambos lo único que ha triunfado es el Gran sentimiento del Amor puro y cristalino.
Maravillosa Historia que me ha encantado.
Abraços.
Como é lindo a força de uma paixão.
Ainda mais diante de tantas dificuldades!
Muito lindo seu conto JR!
Um grande abraço,
Mariangela
Uma narrativa cativante e fluida.
Beijinhos
Gostei da descrição pormenorizada da rapariga!
Quanto mais contrariado o amor é, mais forte se pode tornar. Um tema recorrente na literatura; o da sobrevivência dos amores contrariados, que, ou sucumbem de vez, ou vivem para sempre.
Como da simplicidade se faz um conto maravilhoso.
xx
Você escreve, lindamente e com muito pormenor.
Pois é, se o namoro é contrariado por alguém, nesse caso os pais dela, então, aí, é que pega fogo mesmo. Foi o, caso.
E que sejam sempre felizes!
Aquele abraço!
Acho bem, não se deve dizer não a um amor verdadero. Se ela era rica e ele pobre, melhor ainda, ela contuava rica e ele menos pobre e os dois felezes para toda a vida!
Gostei do conto, como esse muitos outros aconteceram na realidade!
Um abraço caro amigo poeta,
Eduardo.
Soneto-acróstico
Ao Amor
Jotaerre como Shakespeare moderno
Recria Romeu e Julieta, felizes agora
Com jeito, aborda o sentimento eterno
Onde um final deleitoso se comemora.
Nos anais dos romances impossíveis
Tal como na vida verdadeira acontece
Almas deparam laços intransponíveis
Ultrajadas, só lhes restará uma prece.
Mas as vezes não é perverso o destino
Colabora pois com o apaixonado casal
Ousam desafiar tortas regras, imagino
Namoram e casam e vivem bem afinal.
Talvez seja esse romance clandestino
Objeto de conclusão fantástica triunfal.
Boa noite.
Que texto [ narrativa] emocionante e cativante. Uma feliz noite.
Beijos.
Adorei o conto!
r: Muito, muito obrigada *.*
Lindo conto!!!
beijos e obrigada pela visita
Tudo fica bem quando acaba bem...por isso não se deve influir sobre os sentimentos alheios...
Um abraço
OI VIVIANI!
GOSTEI MUITO, AINDA MAIS QUE PASSA A MENSAGEM DE QUE O AMOR É E SEMPRE SERÁ MAIS FORTE QUE TUDO, QUANDO É VERDADEIRO É CLARO.
LINDO CONTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Adorável conto, Viviani.
Uma verdadeira ode ao poder inesgotável do amor, capaz de vencer barreiras que parecem intransponíveis num primeiro momento.
Um abraço!
Que linda história! Ainda bem que eles não desistiram dos sentimentos e lutaram pela felicidade de estarem juntos. Afinal o amor esta acima de tudo.
Amei.
Beijos.
UN TEXTO MUY BIEN CREADO Y RELATADO.
UN ABRAZO
Uma leitura agradável de uma história de vida muito comum em tempos passados.
Presentemente também ainda acontecem destas situações,mas os pais já não têm autoridade para impedir.
Um amor verdadeiro não desiste perante os obstáculos....
Há tanta gente infeliz por aí porque cedeu... e devemos ser felizes, não é?
Obrigada pela partilha e pela visita
Beijos e abraços
Marta
Olá Viviani,
O conto é lindo!
O amor e a perseverança, sempre vencem os obstáculos que aparecem...
Bjs!
Olá Viviani, a força do amor superou a barreira social e os preconceitos, aliás o casal não fugiu para forçar o casamento como minha sogra nos contava que era assim que acontecia quando os pais não aprovavam as escolhas dos filhos. Parabéns por esse talento que Deus lhe deu!! Bjs.
Parabéns Viviani, amei o conto
Bjs
Não basta apenas sentir amor, é preciso lutar por ele, como fizeram.
Muito bom o conto, Viviani.
Abraços/boa semana/
Boa noite caro amigo..
quando podemos dar um passo a mais.. sair do desejo e da paixão e mergulhar no amor então estamos prontos para nos entregarmos.. abraços e até sempre
Olá, Viviani!
Nem sempre os amores proibidos acabam mal, nem sempre vencem as convenções sociais.Mas o estatuto social ainda tem muito peso,e verdade se diga, por vezes não tornam fácil a vida de quem o ousa "desrespeitar"...
Bonito texto, muito bem escrito.
Um abraço e bom fim de semana.
Vitor
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