17 de dezembro de 2011



"CONTINUANDO A VIVER..."



Editora: Clube de Autores.
2ª Edição, 2011.
ISBN: 978-85-912892-9-5
Nº de páginas: 231

Sinopse:


“Continuando a viver...”, o terceiro livro da trilogia: “Uma vida...”, narra às experiências de vida de um homem, que pode até ser comparada à de muitos que buscam insistentemente o sucesso, a estabilidade financeira, o status social e, simplesmente, esquecem de si mesmos! Esquecem de ser felizes e que a felicidade faz parte da vida, e de que só é conseguida vivendo a vida... Este livro relata as dificuldades, as lutas, acertos e desacertos, sucessos e insucessos, ilusões e desilusões, as alegrias e tristezas, de alguém com espírito incansável, sem medida, de ajudar às pessoas. Sua vontade permanente e ferrenha, de sempre fazer mais e melhor; dar o melhor de si em tudo. De, sem entender em princípio, que tudo o que fazia era como compensação do que não teve no alicerce da sua vida: na infância. Movido sempre pelo sentimento de que, em fazendo e dando o melhor dele, seria feliz... Depois de todos os tropeços, sofrimentos, desilusões e desencantamentos, é que foi, um pouco tarde, entender e perceber, que nada do que tinha conseguido e construído valia. Com todos os seus esforços em ajudar e fazer pelos outros, foi se isolando e ficando cada vez mais só. Nas fases boas, – antes dos tropeços – para as pessoas com quem convivia, só contava o interesse, não a amizade. Depois não tinha mais com quem contar, ter ajuda e apoio. Desiludido, a única coisa que conseguiu fazer foi seguir em frente, continuando a viver...


Primeiras páginas.


Capítulo I

        Nosso personagem, – aquele mesmo jovem destemido de “O Protegido”, agora um adulto; acabava de aceitar uma proposta irrecusável, mas que também não deixava de ser um grande desafio: assumir a direção de uma empresa. Uma empresa pequena e com muitos problemas, tais e tantos, que poderia, sob outros olhos, ser até desestimulante.  
            Proposta honrosa: deixava de ser empregado e era, agora, patrão. Porém, tão poucos eram os recursos, que o fazia, por ocasiões, ficar em dúvida e se perguntar. “Será que fiz bom negócio?”
            Pensava assim, pois na outra empresa que trabalhava, tinha todas as condições, fossem operacionais ou de pessoal para desenvolver sua criatividade e desempenho profissional; pessoas mais preparadas e qualificadas, equipamentos melhores e em maior quantidade, e agora havia de improvisar e em tudo.
           Mas, entretanto, ao mesmo tempo, sabia que só dependia dele, e isso era por demais motivante; sentia que podia fazer a empresa crescer, – apesar de todas as dificuldades pela falta de recursos operacionais. Bastava pra isso, treinar e formar uma equipe técnica forte para superar essas dificuldades; confiava no seu trabalho e na sua capacidade, – quanto a isso, não tinha o mínimo receio e sua disposição e entusiasmo brotava pelos poros. 
           Como já tinha algum conceito no mercado, acreditava poder contar com seus ex-clientes e, com isso, com a ajuda deles, para a empresa crescer, era só uma questão de trabalhar e bem, – só isso! 
           Seu propósito nunca foi buscar sociedade, – lhe foi oferecida; optou em aceitá-la acreditando que, assim, poderia melhor e mais, ajudar às pessoas. E de que poderia – através do seu trabalho – atingir um dos objetivos maiores da sua vida, que era o de retribuir às ajudas que teve na sua juventude. 
            Ocupava o cargo de diretor geral, e nesse cargo era o responsável por tudo: da fábrica à área comercial, – só não cuidava de finanças. No início, diretor era só no nome; tinha mesmo é que fazer quase de tudo: orientar, ensinar, planejar, programar, controlar, corrigir, treinar e acompanhar toda atividade, – nada fácil e muito extenuante. 
            Como pegou o barco andando, devia, antes de qualquer coisa, continuar atendendo à clientela existente no mínimo igual ao que era, e deveria, também, em curto espaço de tempo, melhorar ao máximo esses atendimentos para que satisfação desses clientes fosse atingida; além disso, é claro, desenvolver novos clientes para dar maior sustentação ao negócio, – essa era sua fórmula pra crescer e desenvolver a indústria.  
            Continuava com o mesmo espírito destemido de sempre, – só que agora era diferente, tinha muito mais responsabilidade sobre as pessoas, – pessoas dependiam diretamente dele. E com isso, lutava para não perder, e nem podia pensar nisso; procurava fazer sempre o melhor, dando tudo dele, e assim conseguir ajudar e defender os que dele dependiam. 


Capítulo II


         Numa manhã daquelas, no escritório da fábrica, na sua sala sentado à sua mesa e entretido com suas coisas, ouve bateram à porta e em seguida vão abrindo; ele levanta o olhar e vê a secretária encostada à porta entreaberta sorridente falando em tom delicado e atencioso.
            — Com licença, Seu Silvério! Bom dia! Desculpe incomodar! Pelo que vejo, chegou bem cedo hoje! Gostaria que servisse um café?
            — Bom dia, Cida! Aceito sim, obrigado! – disse ele e continua. Por favor, aproveita e liga para Pereira, veja se já chegou! Peça pra falar comigo!
            Sem falar a moça sai e logo retorna com o café, ao ser servido ele pergunta pra secretária:
            — Falou com Pereira?
            A moça sorri. 
            — Nem precisei ligar, já está aí fora esperando!
            — Não diga?... Que ótimo! – disse também sorrindo. Então, mande-o entrar e serve um café pra ele também, por favor! – falou e moça de pronto vai saindo da sala.
            Pereira seu gerente de vendas, pessoa por quem passou a ter apreço; um sujeito simples, de fácil lida, mas de personalidade firme e confiável, de tamanha dedicação que acabou sendo promovido ao cargo, – o antigo foi por ele, por falta de empenho, demito.
            Dali a pouco, vê a porta abrir e o homem entrar sorridente.
            — Oi, Pereira, bom dia! – disse ele. Como você está?
            — Bom dia! Estou bem chefe!
            Levantando de sua mesa, vira pro homem.
            — Vamos nos sentar à mesa de reunião! – disse ele.
            Já sentados um de frente para o outro, Pereira sorrindo comenta:
            — Pelo que vejo, chegou bem cedo hoje!      
            Ele olha pro homem rindo.
            — É, Pereira, do jeito que as coisas vão, daqui a pouco, não sei se vale à pena ir pra casa. – comentou ele rindo. Acho que vou acabar ficando direto por aqui, sabe? Também pudera, vocês querem me deixar de cabelo em pé!
            — Não, chefe! Não é nada disso! – disse Pereira rindo.
            — Não, é?... Então tá bom!... – disse rindo e muda o semblante já falando sério. Mas me diga. O que deu com o cliente na reunião de ontem?
            Pereira já coça a cabeça e olha pros cantos, inspira fundo e também olhando sério responde:
            — Tá difícil, chefe!... Acho que não vamos conseguir! O cliente está irredutível, e não quer nos dar o aumento que solicitamos.
            Agora quem coça a cabeça é ele. 
            — Mas Pereira, não vai ter jeito! Como vamos fazer?... Não temos outra saída a não ser repassar nos preços os aumentos que tivemos. Se não o fizermos teremos muito prejuízo! Nem preciso te explicar, você sabe disso! – falou olhando desanimado não desejando tomar uma ação com cliente, todavia a situação o impele, respira fundo e continua falando em tom de lamento. Você sempre acha que sou radical! Mas desculpa, dessa vez não tenho escolha! Liga já pra eles e diga que, se não tivermos o aumento, vamos parar a produção. 
            — Mas, chefe!... – ia claramente continuar e Silvério interrompe.
            — Pereira!... Não tem jeito!... Não dá para fabricar com uma defasagem de custos dessas. Ou nos dão o aumento ou somos forçados a parar!
            Depois disso, depois que ele fala, ficam por momentos em silêncio, se olhando... Até que Pereira vira pra ele:
            — Tá bom, chefe!... Vou fazer isso que quer! 
            — Isso, Pereira! Sei que é difícil, mas não temos alternativa. Sei também que, com isso, podemos perder esse cliente. E não vá pensar que estou sendo imprudente, sei bem o risco que corremos! – disse isso percebendo Pereira, pelo semblante, mais conformado, já aceitando fazer o que pedia sem relutância.  
            Continuam ainda calados se olhando conotando nos semblantes lamento e até receio; dali a pouco, Pereira volta.
            — Chefe, mudando de assunto. Ontem quando saía do cliente, adivinha quem encontrei?
            Ele já começar rir.



3 comentários:

Zé Patrick disse...

Paizão, através desse livro foi possível refletir um pouco mais sobre minha vida... Muito bom!! Quero ler os outros... Abração.

Anônimo disse...

Olá! Saudações Literárias.
Passei por aqui e achei muito bem cuidado e interessante o seu espaço.
Parabéns pelo blog e livros!
Sempre que eu puder voltarei para ver as novidades.

♥ Abraços de Luz ♥

Cigana Raicha disse...

Olá bom dia dei uma passadinha no seu blog e deixar uma quinta feira feliz com muito carinho.Ah já estou te seguindo e terei o imenso prazer de telo no meu blog.