O Adeus do Armando
Ordália, doze anos de casamento sempre fora uma esposa amorosa e
dedicada. Mas... Guardava uma frustração, seu marido Armando era estéril.
Enfim, o dia a dia do casal era preenchido por outras conquistas, assim
pensavam os amigos e familiares que compartilhavam da aparente vida harmoniosa
do casal.
Sexta-feira, manhã de outono, Ordália acordou com o movimento do marido
no quarto, espreguiçou-se na cama desejando ficar ali no quentinho do cobertor
por mais um tempo, virando-se para o marido, viu que este colocava na mala
algumas peças de roupa.
— Bom dia querido!
Ainda sorrindo;
— Que foi Armando? Aconteceu alguma coisa?
Armando sem lhe dar ouvidos, continua arrumando a mala.
Ordália insistiu:
— Vamos viajar?
Armando resmungou qualquer coisa.
Sem entender e nervosa; grita:
— Homem de Deus diga alguma coisa.
— Vamos diga o que está acontecendo?
— Você está indo para onde?
Ordália com a mão na cabeça pulou da cama, andando de um lado para
outro.
— Que loucura é esta? Pode me dizer? Tem explicação?
Armando sem fitar a mulher, pegou a mala, jogou as chaves do apartamento
na cama dizendo:
— Estou de partida!
Desesperada ela tenta
agarra-lo pelo braço.
Desta vez Armando fitando-a com olhar frio e desinteressado apenas diz:
— Adeus!
Ordália ainda insistiu em detê-lo, foi então que rapidamente desejando
se ver livre da mulher, abre a porta do elevador...
Ela apenas teve tempo de ouvir um grito de pavor seguido de um impacto
violento.
No estômago um soco, uma reviravolta, em seguida desmaiou!
Minutos depois voltando a si, viu que estava no sofá da sala, cabeça
dolorida, tudo parecia girar, mesmo assim ouviu sussurros e comentários
maldosos:
— Que tragédia! ... Coitada! ... Viviam tão bem!... Filhos?
Alguém salienta:
— Não, dizem que Ela não pode...
— Que pena... Tão nova e viúva!...
Sentiu arrepios de vômitos.
Ao seu lado o telefone toca... Sem tempo de dizer Alô, do outro lado da
linha, ansiosa uma voz feminina, pergunta:
— Alô! Armando? É você?
* * * * *
Anna Ribeiro
Anna Ribeiro
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19 comentários:
Que história minha querida... triste. Mas soubeste desenvolve-la magistralmente. Parabéns! Um beijo Anna
Oi Anna: Esse seu conto lembrou-me uma situação parecida, igual o telefonema... Essa pessoa casou-se, teve filhos e é muito feliz.
Quem era estéril era o danado do marido, só o da minha amiga, morreu de infarto. Bem feito!!
Belo conto.
Lua Singular
Olá Ana... Prazer te conhecer, um belo conto, uma história muito parecida com a realidade de hoje,
tive uma amiga com esse problema,só que ela abandonou ele, casou-se de novo, e teve filhos.
Parabéns Ana, você escreve divinamente.
Uma boa tarde!
Bjs. Maria Machado
Una dramática historia entorno a un angustioso Adeus.
Um abraço.
Olá Anna,adorei seu conto e seu blog.Já estou lhe seguindo.Por sinal você tem o nome de minha inesquecível mãe,que também assinava Anna!
Bjs.
Carmen Lúcia
Uma história de vida real magistralmente contada. Gostei.
Um abraço e uma boa semana
Oi Anna!
Uma linda historia, parabéns pela brilhante participação.
Gostei muito e o final é surpreendente... parabéns!!!
O blog Café entre amigos, promoveu a primeira edição Xícara de Ouro, onde os seguidores indicaram os melhores blogs de 2012 e o seu está entre os vencedores, meus parabéns, confira o selo da premiação e o link de todos os blogs abaixo:
http://www.cafeentreamigos.com/2012/12/seguidores-do-cafe-entre-amigos-elegem.html
passando para desejar um Feliz Yule ou Natal para vc e seus seguidores
que no ano de 2013 vc possa me visitar mais vzs.
http://3fasesdalua.blogspot.com/
bjs
Selma
Olá querida Anna,
É um prazer lê-la...um belo conto, parabéns!
Abçs
Anna Querida muito bom seu conto de um discorrer claro e farto de verdades da vida meus parabéns com um abraço carinhoso Pedro Pugliese
Oi amigo, vim dizer que adorei a história, muito boa!
Tenha uma ótima semana, abraços.
Parabéns pelo PRÊMIO XÍCARA DE OURO.
Vim até aqui por conta desta interação da Patrícia que nos proporcionou a oportunidade de conhecer novos espaços.
Um grande abraço
A ficção imita a realidade, Anna, neste teu bem contado conto.Gosto desse tipo de escrita. Parabéns!
Abração.
A vida consegue ser irónica, por vezes...
Abraço
Puxa, que modo drástico de a verdade vir à tona.
Muito bom seu conto, Anna. Parabéns!
bjs
Rosa Mattos
http://contosdarosa.blogspot.com
Olá, amiga Anna!
O conto é trágico, mas com requintes de realidade.
O epílogo inesperado o torna mais interessante.
Você escreve muito bem.
Deste ótima contribuição a este evento sensacional do amigo Viviani.
Abraços a ambos.
Cara Anna,
O teu conto é mágico! Mesmo com as pitadas trágicas. Adorei a forma como você escreve. Gosto de ler e escrever textos onde os personagens, falam. Desta forma, eu acho que eles transmitem força e realidade.
Parabéns!
Abraços literários.
http://didimogusmao.blogspot.com.br/
A que ponto chega a convardia de um ser humano!
Uma historia triste porém muito bem construida.
Parabens Ana!
Abraços
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